Assessores e jornalistas: relação de amor/ódio
Para alguns jornalistas não deveriam existir assessores. São uma classe odiada, que não tem qualquer tipo de préstimo. Já outros consideram que são uma peça fundamental no seu trabalho. Pessoalmente acredito que no “meio é que está a virtude”
Nunca fui assessora de imprensa. Mas sou jornalista há 17 anos e tenho amiga(o)s assessoras. E posso dizer que têm um trabalho ingrato. De um lado têm de cuidar do interesse dos seus clientes. Empresas, instituições ou personalidades que acham que tudo é notícia e que só porque querem vai sair uma notícia nesta ou naquela publicação. E por outro, “levam” com os jornalistas que têm os seus próprios objectivos, prazos, exigência… nem sempre é fácil agradar a “gregos e troianos”.
Eu pessoalmente acredito num cenário “win-win”, e que todos ganhem. Sou a favor da transparência e da franqueza (não confundir com fraqueza). Em que o jornalista, quando abordado sobre um qualquer tema, tem a franqueza de dizer “interessa” ou “não interessa”. E o assessor tem de compreender. O tema que quer “vender” pode não se enquadrar na linha editorial.
Por vezes é o assessor que precisa do jornalista. Porque tem um tema ou cliente que necessita de vender. E aqui tem de fazer o trabalho prévio de preparar o tema de acordo com o órgão de comunicação social. Há outras situações em que é o jornalista a necessitar de ajuda. Ou porque determinada empresa só fala com os media através da sua agência de comunicação, ou porque necessita de um contacto…
Dito isto, o certo é que há bons e maus profissionais em todo o lado, em todas as profissões. O importante é ser frontal, assumir as suas acções (quando são boas e quando há erros) e não partir para o insulto.
Tenho amizades de longos anos (nalguns casos décadas). O que começou como uma relação de trabalho evoluiu para uma de amizade. Mas isso não significa que se façam “favores” ou fretes”. Simplesmente há mais à vontade para conversar e ser frontal.
Mas o que uma pessoa tem de compreender é que estão todos a trabalhar para o mesmo. Dar mais e melhor informação.