“Recursos naturais devem ser vistos como um activo turístico”
Os sectores do Ambiente e do Turismo não comunicam entre si. Ou comunicam deficientemente. Essa foi a conclusão dada por Adolfo Mesquita Nunes, secretário de Estado do Turismo, ontem, na conferência “Consumo Sustentável – O Poder do Consumidor”.
Para o SET os recursos naturais só têm sentido se forem encarados como um activo turístico. Como um instrumento de captar e potenciar o turismo. Conseguindo atrair turistas e gerar receitas, depois usadas na sua preservação e manutenção. Tendo ambas as áreas tanto a ganhar quando trabalhadas em conjunto pare incrível, segundo Adolfo Mesquita Nunes, que andem tantas vezes de “costas voltadas”. A questão deve-se a um mútuo desconhecimento, a uma falta de comunicação, de ambas as partes. “É preciso que os dois sectores comuniquem melhor e que encontrem um espaço de acção conjunta”, constatou o SET.
O secretário de Estado relembrou que, nos últimos anos, o turismo natureza ou relacionado com actividades ao ar livre tem vindo a crescer. E que a procura verificada indica a existência de negócio. E o país já se apercebeu dessa tendência. Quer no privado, com várias iniciativas que surgiram, quer no Governo. “Portugal definiu a sustentabilidade como base das suas políticas de turismo”, referiu Adolfo Mesquita Nunes, que acrescentou que “nos próximos anos vamos dar preferência à eficiência energética e ao uso racional da água”.
O SET afirmou ainda que o turismo foi o sector que mais contribuiu para que Portugal saísse da recessão e para o equilibro da balança de pagamentos, que no ano passado o país recebeu 14 milhões de turistas e que “estamos a crescer acima da média mundial, europeia e europeia mediterrânica”. E convém não esquecer que “o turismo é responsável pelo renascer de diversos produtos artesanais”.
Artigo publicado no Opção Turismo, a 18 de Junho de 2014.