Domingo, Novembro 10, 2024
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Conversafiada afiada

IMG_5367(1)Ontem foi um dia especial. Aliás, uma noite especial. Que passei com uma amiga de longa data. Que conheci há anos, numa viagem a Veneza. A única vez em que visitei essa bela cidade italiana. A amizade ficou e foi sendo fomentada ao longo dos anos. E ontem foi dia de pôr a conversa em dia, em frente a uma mesa com belos petiscos.

Isto porque fomos jantar, aliás, petiscar, à Conversafiada, que fica perto do Príncipe Real, em Lisboa. Não vou dizer que a escolha do local foi porque já conhecia o local. Nada disso. Aliás, o espaço só abriu há dois meses. Simplesmente tinha um convite (ou voucher, como preferirem) da Zomato. E isso não se desperdiça.

IMG_5368(1)Primeira dificuldade. Não tanto o achar a rua (nada como ter um GPS) mas sim o estacionar. Isso sim é complicado e o grande handicap do Conversafiada. Uma dica. Estacionem no Príncipe Real e sigam a pé. Não fica muito longe. Talvez uns 500 metros. O regresso é que é a subir…

Mas continuemos. O espaço é pequeno e acolhedor. Deve ter a capacidade para umas 30 pessoas no máximo (estou a fazer as contas de cabeça/memória). Mesas de madeira, com tampo de mármore e cadeiras a lembrar as antigas, de escola. Uma das paredes em modo ardósia com mil e um dizeres. Pelo meio, no balcão, uma caixa registadora antiga.

Já sentadas é tempo de olhar para a ementa. Constituída quase na totalidade por petiscos. Croquete de farinheira, ovos mexidos (com farinheira, com tomate ou com espargos), polvo à galega, peixinhos da horta, cogumelos salteados….a lista é extensa e os preços são bem acessíveis. A dificuldade é só uma. Saber o que escolher.

IMG_5362(1)Depois de muito pensar optámos pelo croquete de alheira, para os ovos mexidos com alheira, pelos peixinhos da horta e pelos cogumelos salteados. Antes disso foi-nos servido pão com manteiga de orégãos, tremoços e azeitonas. Tudo sendo servidas por um proprietário e funcionária sorridentes e simpáticos.

Enquanto a conversa fluía e a comida não chegava deu tempo para apreciar o espaço e saber mais sobre o mesmo. Foi então que soubemos que abriu há dois meses e que por isso ainda era relativamente desconhecido. Por enquanto.

Chegou a comida. E imperou o silêncio. Aquele que acontece quando as pessoas estão demasiado ocupadas a apreciar a comida e não tem tempo para conversar. Comida simples mas nem por isso menos saborosa. Dos quatro petiscos experimentados a minha preferência talvez vá para os ovos com farinheira pela simples razão de que adoro farinheira. Isto apesar de os peixinhos da horta, servidos com um molho de maionese, alho e uma erva aromática (erva limão, talvez?) serem, também eles, deliciosos.

No fim a sobremesa. Refeição que é refeição tem de terminar com uma sobremesa. Principalmente no meu caso que sou uma gulosa assumidíssima. A ideia inicial até era para ir para o bolo de moka que estava exposto no balcão. Tinha muito bom aspecto. Mas o facto de ter raspas de chocolate eliminou-o de imediato (infelizmente tenho duas alergias alimentares estranhas e uma delas é precisamente o chocolate). Foi então que optámos por crumble de maçã com gelado e por um arroz doce. O crumble, servido morno, estava especialmente bom.

Com a refeição feita a avaliação não poderia ser mais positiva. Vale a pena regressar para experimentar os outros petiscos. E, quem sabe, para a próxima, acompanhar com uma sangria. Fica o desafio.

IMG_5364(1)Uma pequena nota para concluir. Embora tenhamos ido ao jantar (o estabelecimento está aberto até às 24 horas) ao almoço o Conversafiada tem um preço especial. Uma espécie de menu executivo, em que a refeição (de segunda a sexta-feira) fica por 7,5 euros.

Última nota: o título não é meu. Foi uma tirada da minha amiga Ana Mendes Esteves, que fez o favor de me acompanhar nesta descoberta.

 

Conversafiada

 

 

Alexandra Costa

Jornalista desde 1996. Adoro viajar, conhecer novas culturas, experimentar gastronomias. Sou viciada em livros e nunca digo que não a uma boa conversa e amo a minha Luna. Defendo que mais vale poucos (e muito bons) amigos do que milhentos conhecidos. E prefiro ver o “copo meio cheio” em detrimento do “copo meio vazio”.

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