Quarta-feira, Maio 1, 2024
Aqui e Ali

Juma Amazon Lodge – AVENTURA NO AMAZONAS

A 100 quilómetros de Manaus, bem no meio do rio Negro, está localizado o Juma Amazon Lodge. Um hotel de selva, totalmente ecológico e que, pelo facto de possuir apenas 20 cabanas, disponibiliza um serviço personalizado. Uma forma diferente de conhecer um outro Brasil e de entrar em contacto com os animais típicos do Amazonas.

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A aventura começa no percurso para o hotel. O trajecto, de cerca de três horas, começa em Manaus, a capital do Estado brasileiro
do Amazonas. Feito entre veículos e lanchas inclui uma passagem pelo chamado Encontro das Águas, onde os rios Negro e Solimões se encontram. Trata-se de um fenómeno natural, onde as águas dos dois rios se aproximam mas sem se misturarem e que tem uma extensão de mais de seis quilómetros. Isso acontece pelo facto de o Rio Negro ter uma velocidade inferior (cerca de dois quilómetros/hora) e uma temperatura superior (28º C) ao do rio Solimões, cuja velocidade vai de quatro a seis quilómetros/hora, a uma temperatura de 22°C. Pelo meio,
na transição do jipe para a lancha ainda há tempo para uma paragem, para apreciar a calma e degustar uma bela água de coco.

SAMSUNG CSCNo caminho, durante o passeio de lancha aproveite para apreciar a paisagem, saborear o silêncio e descobrir como é viver no “meio” da água. Curiosamente existem inúmeras habitações espalhadas pelas margens do rio.

Em alternativa, se não apreciar longas viagens ou simplesmente quiser poupar tempo pode contratar o serviço de um hidroavião. Nesse caso o percurso dura apenas cerca de 30 minutos.

Ao chegarmos ao Juma Amazon Lodge a percepção de que se chegou a uma unidade hoteleira não é imediata. Há uma boa integracão entre os bungalows e a floresta. Pelo que estes passam relativamente despercebidos. E, como não estão todos “em cima” uns dos outros mais parecem habitações privadas do que um resort.

Os 20 bungalows estão distribuídos entre com vista para a floresta ou para o Lago Juma. Sendo que estes estão construídos sobre palafitas, em terra firme, a uma altura de 15 metros acima da água (na época seca) e ligados entre si por passadiços. Convém realçar que a distância entre os diversos bungalows lhes conferem autêntica privacidade e que todos eles dispõem de casa de banho privativa, ventiladorSAMSUNG CSC e varanda.

Logo à entrada os hóspedes são recebidos com sumos de fruta tradicional e com o acolhimento das duas mascotes do Juma. Dois macaquinhos adoptados pelos proprietários. E, se a fêmea é mais arisca (pelo facto de ter nascido na selva) o macho é mais amigável. Aliás, é muito provável que se “atire” para o seu colo e já não queira sair.

Regra geral quem opta por um hotel da selva nunca fica menos do que duas a três noites. A estadia mínima para aproveitar em pleno as actividades disponíveis. E, dadas as distâncias, o resort tem de assegurar um serviço completo. O restaurante, por exemplo, procura oferecer um menu diversificado, com gastronomia local e internacional. Com o cuidado de atender às especificidades dos clientes. Não é por isso de admirar a existência de comida vegan, algo frequentemente solicitado pelos hóspedes.

Entre as diversas actividades é possível descansar no quarto, aproveitar o rendário, onde pode aproveitar uma das várias redes, ou simplesmente conversar com os amigos junto ao mar ou divertir-se com um dos vários jogos disponíveis. Em alternativa pode ficar a conhecer um pouco mais sobre a Amazónia ou solicitar materiais para pintura ou o telescópio profissional, excelente para a observação das estrelas.

Existem inúmeras actividades disponíveis. Desde passeios de canoa, focagem de jacarés, caminhar pela selva, pescar piranhas, escalar árvores, pernoitar na floresta ou mesmo visitar a casa de um caboclo. Esta é feita de junco e demora cerca de duas semanas a construir (depois das fundações estarem preparadas).

SAMSUNG CSCA principal actividade é a agricultura, nomeadamente a farinha de mandioca. Há também quem extraia o látex de uma Seringueira. Negócio que foi, até aos finais do século XIX o responsável pela riqueza de Manaus.

Todo e qualquer passeio é devidamente acompanhado por um guia. Que não só explica o que se está a ver mas também conta a história da região, a importância da actividade em causa e outras curiosidades.

Este é um tipo de turismo que ainda não foi descoberto pelos europeus e pelos portugueses em particular. São poucos os que optam por tirar férias no Amazonas. No entanto é algo que vale a pena. Mas não espere grandes mordomias. Nada de muito luxo. Os quartos são simples mas agradáveis. De qualquer forma a flora, fauna e a simpatia dos funcionários compensam qualquer inconveniente. Nomeadamente o tempo de viagem. Não há voos directos de Portugal para Manaus. O trajecto demora cerca de um dia e obriga a transbordo via São Paulo, Brasília, Recife ou Rio de Janeiro

SAMSUNG CSCHá um outro detalhe a ter em conta. Pelo facto de parte da viagem ser feita em lanchas há a limitação de 10 quilos na bagagem. O que, para quem vem do outro lado do Atlântico fica algo difícil. A pensar nesses casos o Juma disponibiliza mochilas para os turistas que deixarem as malas pesadas em Manaus.

Embora o hotel esteja localizado no Rio Negro e por isso numa área onde a proliferação de mosquitos é grande aconselha-se a tomada de vacinas, nomeadamente a da febre-amarela e a do tétano, assim como a aquisição de spray anti mosquitos. Isto claro, sem esquecer roupas confortáveis, fato de banho, ténis, protector solar, boné/chapéu, capa para a chuva, lanterna e binóculos.

Artigo publicado na revista Travel & Safaris N.º 23, Verão 2013.

 

Alexandra Costa

Jornalista desde 1996. Adoro viajar, conhecer novas culturas, experimentar gastronomias. Sou viciada em livros e nunca digo que não a uma boa conversa e amo a minha Luna. Defendo que mais vale poucos (e muito bons) amigos do que milhentos conhecidos. E prefiro ver o “copo meio cheio” em detrimento do “copo meio vazio”.

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