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AHP: 2015 com perspectivas de crescimento

AHP-novoO inquérito “Balanço & Perspectivas”, levado a cabo pela Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), faz um balanço positivo da actividade deste ano e perspectivas de crescimento para o próximo. Em todos os indicadores.

Em relação a 2014, e segundo palavras de Cristina Siza Vieira, presidente executiva da AHP, o ano deverá terminar com uma taxa de ocupação de 61% e um RevPar de 41 euros. Sendo que o valor acumulado até Setembro apontava uma taxa de ocupação de 64,94% (com uma subida de 3,29 pontos percentuais face ao período homólogo de 2013), um preço médio de quarto vendido de 69,68 euros (versus os 68,56 euros do ano passado) e um RevPar de 45,25 euros (+7,05%). As perspectivas é de que a hotelaria feche o ano numa tendência de crescimento, com excepção do RevPar, que não está a ter uma subida proporcional à registada pela taxa de ocupação. Situação que pode, segundo Cristina Siza Vieira, a que 2014 feche com um crescimento negativo do preço médio (-2,18%).

Não é fácil encontrar uma justificação para esta situação. Por um lado Portugal pode estar a ficar conotado como um destino low cost. Por outro isto também pode ocorrer pelo facto de os hoteleiros não terem confiança suficiente no crescimento da procura para subirem os preços. E há também que não esquecer a excessiva dependência dos operadores online. Motivo que, aliás, foi considerado como sendo o terceiro condicionante com mais impacto no negócio (sendo apenas antecedido pelo custo com as utilities e pelo, elevado, quadro fiscal).

Um outro dado interessante é o do número de turistas e de dormidas. Aqui os valores apontam para 15 milhões de hóspedes e 45 milhões de dormidas. Sendo que a taxa de ocupação ou “foi um pouco acima do previsto” (em 46% dos inquiridos) ou “claramente cima do previsto” – para 27% dos hoteleiros que responderam ao inquérito.

Curiosamente está-se a assistir a uma transferência do mês mais solicitado. Posição que tem vindo a ser ocupada por Setembro. Já em relação aos principais mercados emissores registou-se um aumento do mercado interno. Quanto a turistas estrangeiros há uma maior procura por parte dos mercados de proximidade, como a Espanha, e os tradicionais – Reino Unido, França e Alemanha. Quanto às regiões mais procuradas o destaque vai para o Norte e Centro (com Brasil e Espanha a serem os principais mercados com melhor desempenho), Lisboa e Madeira.

Apesar de todos os esforços no sentido de apresentar Portugal como um destino para todo o ano o certo é que ele continua a ser encarado como um bom local para fazer city breaks, touring cultural e sol e mar. Ou seja, o problema da sazonalidade mantém-se.

Mas, os números deste ano são positivos e as perspectivas para 2015 são ainda melhores. Pelo menos é essa a expectativa dos hoteleiros inquiridos pela AHP.

Em termos de mercados a previsão é de que o mercado interno continue a crescer, seja pela transferência do destino de férias (em vez de se optar pelo estrangeiro escolher-se o território nacional) ou pela adaptação do orçamento dos portugueses. Previsão que se estende aos mercados tradicionais. E a todos os índices. Seja na receita, na taxa de ocupação, no preço médio de quarto ocupado e no RevPar. Previsão que é algo relativamente realista, porque é sustentado pelos valores obtidos em 2014.

No entanto, e apesar do optimismo, há igualmente alguma cautela. Pelas incógnitas ainda existentes. É o caso do Orçamento de Estado de 2015 e o seu impacto no orçamento das famílias – quando dinheiro terão disponível e onde será gasto. No sector da aviação há a eterna questão do “sobe e desce” do preço do petróleo. Há a questão da regulamentação dos hostels e o impacto no sector da hotelaria. Sem esquecer, relembra Cristina Siza Vieira, da falência da Transhotel, a maior operadora online da Península Ibéria.

Alexandra Costa – 05Dezembro2014@Opção Turismo

Artigo publicado, a 5 de Dezembro, no Opção Turismo.

Alexandra Costa

Jornalista desde 1996. Adoro viajar, conhecer novas culturas, experimentar gastronomias. Sou viciada em livros e nunca digo que não a uma boa conversa e amo a minha Luna. Defendo que mais vale poucos (e muito bons) amigos do que milhentos conhecidos. E prefiro ver o “copo meio cheio” em detrimento do “copo meio vazio”.

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