Star Inn prevê crescer 5%
Em entrevista ao Opção Turismo Pedro Salazar, director-geral do Star Inn Porto revela os números de um hotel que nasceu em 2008 e que desde sempre assumiu o posicionamento de unidade hoteleira low cost. Com 206 quartos alcançou o ano passado uma taxa de ocupação de 69%, com o REVPAR a aumentar 21%.
Estes foram alguns dos números avançados por Pedro Salazar que acrescentou que “qualquer aproveitamento para aumentar receitas à custa do Turismo parece-nos demasiado arriscado e contraproducente” – referindo-se à possibilidade de se fixar uma taxa turística para o Porto.
Defina o cliente do Star Inn.
É muito difícil definir o cliente tipo do Star Inn, sendo que temos uma grande variedade de clientes, tanto ao nível de perfil – nacionalidades e idades distintas – como do motivo de viagem: trabalho/eventos/lazer individuais/lazer grupos.
Como enquadra a oferta hoteleira do Star Inn no Porto?
O Star Inn nasceu em 2008 com um conceito diferente dos restantes hotéis: um hotel low cost, com 206 quartos, um serviço informal sem pretensiosismos.
A filosofia inicial baseou-se no fornecimento das questões básicas, dispensando a dimensão do acessório, de modo a conseguirmos margens para praticar um preço mais baixo que a generalidade dos hotéis.
No entanto, desde o início que oferecemos mais do que se espera de um hotel de baixo custo, como o parque de estacionamento e a internet gratuitos. Ao longo do tempo, temos vindo a adaptar-nos ao cliente e às inovações tecnológicas. Mudámos o sistema de internet dos quartos de cabo para wireless, instalamos cofres nos quartos, oferecemos a possibilidade de acesso a uma garagem fechada a um custo baixo e dispomos, também, de refeições para grupos com marcação prévia.
Recentemente, o Star Inn estabeleceu um acordo com a Telepizza que permite aos hóspedes terem um menu de Room Service, com qualquer produto entregue no quarto sem quaisquer custos adicionais.
Contudo, mesmo com as adaptações e ofertas mencionadas, continuamos a ser um hotel distinto dos restantes do mercado hoteleiro do Porto, com uma oferta diferenciada.
Qual a taxa de ocupação média registada em 2014 e o que significa isso em relação ao ano anterior?
A taxa de ocupação em 2014 foi de 69%, pelo que se denota um crescimento de 20% relativamente ao ano anterior.
Significa isso que foram ou não atingidas as quotas propostas para 2014? E em relação ao volume de negócios?
Foram atingidas as quotas, bem como foi ultrapassado o orçamento de 2014 em volume de negócios.
Qual foi o REVPAR médio? Como o analisa em relação aos hotéis seus concorrentes directos?
O REVPAR foi de 20.77€. Sendo o Star Inn um Hotel diferenciado, não identificamos concorrência directa. Contudo, o valor mencionado ficou abaixo dos restantes hotéis, por sermos um hotel que segue uma política de preços baixos. Mesmo assim, o REVPAR cresceu no Star Inn 21%, enquanto que nos hotéis do segmento de 3 estrelas do Porto o crescimento médio foi de 10%.
Em termos de clientes, o que significa o mercado nacional no contexto global?
O mercado nacional significa perto de 60% do total de clientes.
Quais foram os melhores mercados internacionais? Houve alteração em relação a 2013? E perspectivas para 2015?
Dos mercados internacionais o que mais se tem destacado é, sem dúvida, o espanhol na linha do que vinha acontecendo em 2013. Para 2015 estamos a apontar um crescimento significativo dos mercados francês e brasileiro.
Qual o peso da restauração nas receitas totais do hotel?
Muito residual, pois o facto de não termos restaurante nem serviço de banquetes não permite que o F&B seja uma importante fonte de receita.
Estão previstas, para além das habituais de manutenção, quaisquer obras na unidade?
Ao longo do ano de 2015 não vamos efectuar quaisquer obras, estamos antes a apostar na manutenção preventiva e no melhoramento de algum equipamento já existente.
Como considera a possibilidade da introdução de uma taxa turística para o Porto?
A nossa posição sobre essa matéria é clara e está em linha com a AHP: o destino Porto não é, ainda, um destino maduro, é um destino de moda que está a dar passos muito consistentes para se afirmar como uma referência. Qualquer aproveitamento para aumentar receitas à custa do Turismo parece-nos demasiado arriscado e contraproducente. Se a famosa pegada turística aumenta, as receitas dos equipamentos municipais também devem aumentar. Num momento em que estamos todos – privados e públicos – a investir e a tentar obter retorno, parece um contrassenso estar a criar obstáculos ao desenvolvimento turístico.
De que forma se encontra dividido o negócio entre corporate e lazer?
Anda muito perto dos 50/50. Durante a semana a predominância é claramente Corporate, a partir de quinta-feira e até domingo, o lazer domina claramente o hotel. Temos um bom equilíbrio de segmentos.
Qual a duração média das estadias?
A estadia média é de 2 dias.
O que diferencia o Star Inn da restante oferta hoteleira do Porto?
O Star Inn é um hotel diferente da generalidade dos hotéis da Cidade. A nível de preços, por exemplo, temos uma enorme flexibilidade de tarifas, começando na mais baixa a partir de €33, podendo chegar facilmente aos €69 e por vezes aos €89. A nível de conceito também é completamente diferente: um hotel descontraído, com um Area Caffé aberto 24 horas onde um cliente, a qualquer momento, pode comer uma sanduiche ou uma pizza, beber um café ou um refrigerante. Também temos um horário alargado de pequeno-almoço todos os dias até o meio-dia.
Quais as acções utilizadas pelo Star Inn para fidelizar os seus clientes?
Através do nosso departamento comercial, fazemos um acompanhamento constante dos nossos principais clientes. Visitas, acções de charme, eventos no âmbito do grupo Hoti Hotéis ao qual pertencemos. Fazemos também follow up de todos os grupos de lazer ou trabalho que por aqui passam, temos os nossos próprios questionários de qualidade que gerimos, bem como damos a maior atenção a todos os comentários deixados nos principais sites de referência.
Quais as perspectivas para 2015?
2015 está a ser, como prevíamos, um bom ano. Toda a cidade está numa dinâmica de crescimento. Apontamos um crescimento de 5,5% no volume de negócios.
Alexandra Costa
Artigo publicado, a 28 de Maio de 2015, no Opção Turismo.