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Férias na Casa Modesta

Casa_Modesta5Uma casa que de Modesta só tem o nome. Porque a arquitectura, apesar de despojada, enquadra-se na envolvente e transmite uma sensação relaxante. Porque a simpatia de quem nos recebe nos leva a querer ficar mais tempo. A descobrir um outro Algarve. A ficar à mesa, a conversar por horas e horas.

Por muito cansada que esteja há sempre um gosto em descobrir novas maravilhas em Portugal. Por isso foi com prazer que recebi o convite de visitar uma nova unidade de alojamento no Algarve, mais precisamente em Olhão. O objectivo: conhecer a Casa Modesta.

Sexta-feira à noite. O timing perfeito. Cheguei bem na hora do jantar. E aqui “entra-se” logo numa novidade. A Casa Modesta não disponibiliza refeições (com excepção do pequeno-almoço). Mas… efectuou parcerias, escolhidas a dedo, para dar algo de diferente aos seus hóspedes. E mal cheguei provei os resultados de uma dessas parcerias: a Algarve Cooking. Dois cozinheiros que apresentam uma cozinha natural e com ingredientes da época. E estando no Algarve é claro que não poderia faltar a cataplana.

Casa_Modesta1Com o adiantado da hora era tempo de descansar. E de descobrir o quarto. Simples mas confortável. E como o objectivo é potenciar o descanso e o contacto com a natureza (e com as pessoas) não há televisão no quarto. Aqui um apontamento. Uma chamada de atenção para a arquitectura não só da casa mas principalmente dos quartos e a solução encontrada para integrar a casa de banho. Uma solução inteligente e prática. E há uma explicação simples. Uma das mentoras do projecto é arquitecta: Vânia Brito Fernandes que, com o seu irmão Carlos Fernandes, decidiu dar nova vida a à casa de família.

Tenho a dizer que acordar com vista para os canais que rodeiam a Ria Formosa e o chilrear dos passarinhos tem todo um encanto que não se obtém na cidade.

Havia um misto de excitação (para ver o máximo no pouco tempo disponível) e de calma (afinal era fim de semana e uma pessoa também merecia descansar). Que se conjugou num pequeno-almoço prolongado. Mesmo porque foi difícil levantar da mesa tantas as delícias apresentadas. Desde os vários tipos de leites (a pensar nas várias necessidades), as compotas e bolos caseiros, os queijos, a fruta… e depois a calma e o silêncio.

Casa_Modesta3Mas havia uma outra surpresa. Era altura de experimentar outra das parcerias estabelecidas. Desta vez com a Spa Yinmotion. O brinde? Uma exfoliação seguida de uma massagem relaxante, com produtos como a azeitona, a amêndoa, a flor de sal ou as algas. Meros 30 minutos que pareceram horas. E que terminaram com uma sensação de zen puro. Um conselho. Mais vale fazer no final do dia. Isto porque depois de uma massagem destas uma pessoa só quer é relaxar e descansar.

Enquanto não chega a hora do almoço há tempo para explorar as redondezas. A Casa Modesta fica a poucos minutos de Olhão mas apenas a alguns metros dos canais que rodeiam a Ria Formosa. Mais precisamente a Ecovia de Olhão. Que pode ser percorrida a pé ou nas bicicletas fornecidas pela Casa Modesta. Um passeio que vale a pena fazer, mesmo porque fica “fora” das rotas turísticas tradicionais.

Voltando ao alojamento e ao repasto. Chegou a hora de conhecer um outro ponto da Casa Modesta. E de beneficiar do tratamento que só os turismos rurais/locais dispensam. A personalização do serviço. O sermos tratamos como família. E, neste caso, de comermos uma refeição feita pela avó Carminda.

Casa_Modesta12Ir a Olhão é ter necessariamente de fazer (pelo menos) um passeio de barco pela Ria Formosa, com a Bolina. Se possível num veleiro. Que a experiência é completamente diferente. E se este for “conduzido” por um especialista na matéria e com conhecimentos da região, melhor ainda. Porque assim consegue-se fazer birdwatching, observação astronômica…

O tempo passa a correr e quando uma pessoa dá conta é altura de regressar. Mesmo porque a noite promete. É tempo de experimentar um ex-libris da região: o Sushi do Tiago. Ou quando o sushimen vem a “nossa casa” e prepara a refeição, a nosso gosto, e à nossa frente. Um luxo.

Ingredientes frescos, da região, e misturados de forma inusitada. Que levam a que uma pessoa repita e repita e repita. Entre rolinhos de sushi, vinho da garrafeira Soares e muita e boa conversa quando uma pessoa dá conta já é tarde. Muito tarde. E como, apesar de tudo, se está a trabalho, no dia seguinte há que acordar cedo. Mais ou menos.

Novo dia, novo pequeno-almoço, nova dificuldade em escolher e em levantar da mesa. Depois há N alternativas. Uma pessoa pode simplesmente relaxar na rede, ir passear na Ecovia, se estiver sol, relaxar no tanque ou simplesmente “pasmacear”. O importante é aproveitar o tempo e recuperar energias.

Com a hora de regresso a aproximar-se é altura de provar a última parceria da Casa Modesta: as tapas da Mezzanine. Uma mistura de gastronomia portuguesa e espanhola onde o pretendido é petiscar. Com muita conversa à mistura.

Casa_Modesta17No regresso a Lisboa é tempo de parar e avaliar. E perceber que, mesmo tendo sido uma viagem a trabalho, deu para descansar. E que há que regressar à Casa Modesta. Que a simpatia com que fomos recebidas nos conquistou. Que há espaço para este tipo de unidades hoteleiras.

Ah… informação importante. A Casa Modesta é uma unidade de turismo rural de traços contemporâneos. Um projecto levado a cabo por Vânia Brito Fernandes e Carlos Fernandes, netos de Carminda e Joaquim Modesto de Brito a quem pertencia a propriedade. A unidade conta com nove quartos, distribuídos por dois edifícios, com pátios privados, sobranceiros à Ria Formosa, uma sala principal para refeições com um forno a lenha tradicional, tanque, solário, horta biológica e jardim.

Casa Modesta

Quatrim do Sul
8700-128 Olhão – Algarve – Portugal
+351 964 738 824
www.casamodesta.pt
www.facebook.com/casasmodestas

Artigo publicado, a 11 de Junho de 2015, no Opção Turismo.

Alexandra Costa

Jornalista desde 1996. Adoro viajar, conhecer novas culturas, experimentar gastronomias. Sou viciada em livros e nunca digo que não a uma boa conversa e amo a minha Luna. Defendo que mais vale poucos (e muito bons) amigos do que milhentos conhecidos. E prefiro ver o “copo meio cheio” em detrimento do “copo meio vazio”.

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