Segunda-feira, Dezembro 2, 2024
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Restaurante Nómada: Abençoada dissidência

Esqueçam o sushi tradicional. O Nómada gosta de arriscar, com base na experiência, apresenta pratos onde domina o contraste de texturas e sabores.

Nómada
Foto: Rui P. R. de Oliveira

O local selecionado (apesar de não ter sido a primeira escolha) incidiu numa perpendicular da Avenida da República, mais precisamente na Avenida Visconde de Valmor. Um local calmo e simultaneamente central. Um espaço onde predomina uma decoração minimalista a apelar a um ambiente relaxante onde o objetivo é degustar os sabores oriundos da cozinha de inspiração japonesa. Nada que se estranhe, já que o restaurante Nómada resulta da união de esforços de dois chefes dissidentes do afamado Sushic, Mário Ribeiro e Francisco Bessone que se juntaram a Rui Oliveira, para se fixaram neste novo projeto.

Apesar de ter apenas seis meses de existência, alguns pratos já ganharam a preferência dos clientes do Nómada (Avenida Visconde de Valmor, 40 A, Lisboa. Tel. 917 779 737). Um exemplo? O Cone crocante, coberto de sésamo e ervilha de wasabi e recheado com atum marinado e cebola confitada em Vinho do Porto (€3,50). Sem dúvida, uma boa forma de começar a refeição e uma forma de perceber a tendência que domina toda a carta: os contrastes, tanto de sabores, como de texturas. Para os apreciadores de atum há uma opção certeira: o Tataki, com o lombo do tunídeo selado na chapa com especiarias japonesas e acompanhado com puré de batata-doce, legumes baby, cebola confitada e cebola frita crocante (€13).

Mas há mais. Muito mais. Um dos objetivos de Mário Ribeiro para o “seu” espaço é o de conseguir experimentar e fazer coisas novas. Para atingir este fim, os chefes utilizam ingredientes não tradicionalmente associados à gastronomia japonesa. É assim que surge, por exemplo, o Nigiri de bacalhau com amêndoa tostada. Ou o Carpaccio de lírio dos Açores (€13,50). Um risco, que neste Nómada é uma aposta ganha.

Ao longo da refeição é possível, por um lado, observar a atenção dos funcionários de sala, prestáveis e atentos e, por outro, apreciar a delicadeza dos pratos. Quer ao nível do sabor, mas também do cuidado com o empratamento. E isso depois tem impacto ao nível dos clientes. A prova é que, numa terça-feira à noite o restaurante estava completamente cheio.

O restaurante Nómada serve almoços e jantares, exceto ao domingo, dia escolhido para descanso da equipa.

Artigo publicado a 16 de Janeiro, no Boa Cama Boa Mesa.

Alexandra Costa

Jornalista desde 1996. Adoro viajar, conhecer novas culturas, experimentar gastronomias. Sou viciada em livros e nunca digo que não a uma boa conversa e amo a minha Luna. Defendo que mais vale poucos (e muito bons) amigos do que milhentos conhecidos. E prefiro ver o “copo meio cheio” em detrimento do “copo meio vazio”.

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