Quinta-feira, Janeiro 23, 2025
Notas Soltas

Adeus Cléo, adeus ternurinha

Não era para ficar lá em casa. Quando nasceu tinha outra casa destinada. Mas a pessoa que a queria acabou por nunca a ir buscar e aos poucos, de mansinho, conquistou o nosso coração. Mesmo porque onde comem duas comem três. E assim ficou lá em casa, ainda para mais quando detectámos que tinha problemas respiratórios.

Rapidamente conquistou a alcunha de ternurenta ou pachorenta. Uma cadelinha super meiga, com algum receio (muito) dos humanos e super protectora com a irmã mais pequena. Quando a Ísis faleceu, e talvez por terem nascido e vivido juntas durante 10 anos, não acolheu com bons olhos o aparecimento da Luna. No primeiro mês se apanhava a minorca batia-lhe. De tal maneira que não as podia deixar sozinhas. Até que um dia dei com elas a brincar de esconde esconde. A partir dessa altura tornaram-se inseparáveis.

Há coisa de um ano descobrimos que tinha diabetes. E com isso vieram os problemas no fígado, o ficar cega e, mais tarde, tumores mamários (que, pelos outros problemas, não podiam ser tratados). E foi nessa altura que os papeis se inverteram, com a Luna a assumir o papel de protectora. Era vê-la abraçar a Cléo sempre que via alguém com a seringa (da insulina).

Hoje o céu ganhou uma nova estrela. Porque se há um céu para os humanos (para quem acredita), tem obrigatoriamente de também haver um para os animais.

Adeus Cléo. Vamos sentir a tua falta. Passaram apenas uns minutos mas parece que foi toda uma vida. Sinto falta do teu olhar ternurento e custa-me saber que não vou voltar a rir com as tuas aventuras (todas relacionadas com comida). Junta-te à tua irmã e à tua mãe e vela pela Luna. Adeus ternurinha.

 

 

Alexandra Costa

Jornalista desde 1996. Adoro viajar, conhecer novas culturas, experimentar gastronomias. Sou viciada em livros e nunca digo que não a uma boa conversa e amo a minha Luna. Defendo que mais vale poucos (e muito bons) amigos do que milhentos conhecidos. E prefiro ver o “copo meio cheio” em detrimento do “copo meio vazio”.

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