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Esporão apresenta Carta de Primavera

A viagem começou cedo. Bem cedo. Como o objectivo era chegar Reguengos de Monsaraz antes das 10 horas o ponto de encontro foi marcado, em Lisboa às 8 horas da manhã. E se de início o cérebro ainda estava meio a dormir a conversa fez com que rapidamente despertasse. E ficasse surpreendida com algumas das acções da Herdade do Esporão. A empresa tem toda uma política amiga do ambiente e através de acções aparentemente simples está a ter bons resultados. Que já lhe permitiram ganhar reconhecimento a nível internacional.

A visita a Reguengos de Monsaraz tinha dois objectivos: por um lado conhecer em primeira mão o primeiro azeite biológico da marca e, em segundo, conhecer a nova Carta de Primavera do restaurante.

Esporao-1Mas primeiro há que conhecer os 80 hectares de olival, plantado em 2007, desde o início em produção biológica. Durante a visita foi explicado os cuidados a ter e que a diferença entre agricultura biológica e a “normal” é que a segunda luta contra a natureza enquanto a primeira utiliza os seus meios auxiliares como aliados.

Actualmente a Herdade do Esporão utiliza um lagar em Serpa para fazer o seu azeite. No entanto a empresa está a equacionar ter um lagar na sua propriedade.

A prova (cega) de azeite serviu para tentar perceber as diferenças entre as castas. Percebemos que a Galega cria um azeite mais doce. O biológico apresentado, feito com as castas Cobrançosa e Arbequina, é ligeiramente amargo e picante. Mais equilibrado do que o Selecção, onde o picante é mais acentuado.

Depois de conhecer os azeites há que perceber a sua utilização. Com que pratos se harmonizam. E é aqui que entra a nova carta do restaurante, pelas mãos do chef Miguel Vaz. Com base nos produtos da terra (e da época) o destaque vai para as ervilhas, as favas, as saladas e as sobremesas frescas. Devidamente acompanhadas do vinho da casa, claro.

Sabores da horta biológica

Para começar nada melhor do que um Cappucino de ervilha, com cogumelos em pickle e espuma de presunto. Um creme morno/quente, perfeito para os dias ainda frescos e com todo o sabor das ervilhas cruas. Que serviram de contraste ao sabor salgado e pujante do presunto.

Seguiu-se a Visita à Horta. Um prato vegetariano que muda todos os dias. Dependo do que saiu fresquinho da horta. Couve-flor, favas picadas, beterraba… as possibilidades são infinitas. E tudo depende da imaginação do chef.

Esporao-2Ainda nas entradas, ou nos pratos mais “leves” destaque para o Lagostim com puré de couve-flor, toucinho de porco preto, servido com azeite de limão e funcho selvagem. Um prato atraente à vista e ao paladar. Onde sobressai o incomum do puré de couve-flor. Algo aparentemente estranho mas que resulta na combinação dos ingredientes. E depois… depois veio o bacalhau. A 66º com panadeira de batata e legumes. Um prato mais tradicional onde a inovação vai mais para a apresentação.

Refeição que é refeição não termina sem sobremesa. Neste caso houve direito a duas. Primeiro o Desafio de chocolate com azeite e vinho, seguido de um Mil folhas de morango. Ambos servidos com um Late Harvest 2012.

Terminada a refeição, felizmente servida em doses mini, percebe-se o cuidado com os ingredientes da terra, a preocupação em usar produto da época e o “casamento” com os vários produtos da Herdade. O pão é um bom exemplo disso. Não deixe de experimentar a versão de vinho tinto.

Por estas e por muitas outras razões vale a pena uma visita à Herdade do Esporão. O conhecer o olival e as vinhas, fazer provas de vinhos, relaxar na esplanada com vista para o campo e para o lago e degustar. Apreciar a vida e a tranquilidade das terras alentejanas.

Artigo publicado no Opção Turismo, a 28 de Maio de 2014.

 

Alexandra Costa

Jornalista desde 1996. Adoro viajar, conhecer novas culturas, experimentar gastronomias. Sou viciada em livros e nunca digo que não a uma boa conversa e amo a minha Luna. Defendo que mais vale poucos (e muito bons) amigos do que milhentos conhecidos. E prefiro ver o “copo meio cheio” em detrimento do “copo meio vazio”.

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