Pousadas de Portugal: reposicionamento para duplicar resultados operacionais
As Pousadas de Portugal apresentaram ontem a estratégia para 2015-2018. Esta assenta num reposicionamento das unidades, assim como uma aposta nas áreas da gastronomia, na história/cultura e na família.
Foi desenvolvido em apenas cinco meses e assenta em três eixos âncora. O plano estratégico para o triénio 2015-18, das Pousadas de Portugal vai incidir na sua marca, na portugalidade e (no efeito de) rede.
Em termos de marca as unidades vão estar agora distribuídas por um novo posicionamento e nova tipologia Charming Hotel, Historical Hotel e Monuments Hotel. Os primeiros contam com uma localização exclusiva, em locais onde hoje não é possível construir. É o caso das Pousadas de Caniçada, Marvão, Sagres, Valença, Ourém e Ria.
Os Historical Hotel estão localizado nos edifícios que são o “ADN” das Pousadas de Portugal. São conventos, castelos e palácios. E que estão intimamente ligados à história de Portugal. Estão neste grupo as Pousadas do Castelo de Alcácer, Castelo de Alvito, Convento de Arraiolos, Convento de Beja, Convento de Évora, Castelo de Estremoz, Castelo da Horta, Castelo de Óbidos, Castelo de Palmela, Palácio de Queluz, Serra da Estrela, Convento de Tavira, Viana do Castelo, Convento de Vila Pouca da Beira, Convento de Vila Viçosa e Viseu.
Já os Moments Hotel são o supra sumo da rede. O luxo do luxo. Localizações privilegiadas, “criteriosos padrões de qualidade e conforto, serviço personalizado e riqueza em detalhes ímpares”. Basicamente são “os melhores dos melhores”. E se para já só há quatro unidades (Mosteiro de Amares, Mosteiro do Crato, Palácio de Estoi e Mosteiro de Guimarães) em Junho do próximo ano a Pousada de Lisboa juntar-se-á a esta lista restrita.
Apostar na Gastronomia, na História e na Cultura
Mas a estratégia dos próximos três anos não passa apenas por uma mudança de tipologia. O grupo decidiu como que regressar às origens. Apostar na gastronomia e na história e cultura. Para tal definiu todo um conjunto de acções, muitas delas em vigor desde ontem. É o caso do tradicional chá das 17h, o servirem um biscoito regional com o café, o de criarem semanas e meses gastronómicos… Como referiu Miguel Velez, administrador das Pousadas de Portugal, estão a planear mais de 50 eventos gastronómicos para 2015.
Para aproveitar o impacto causado pelos edifícios onde estão localizadas as Pousadas e o seu papel na história foram (e estão a ser) criadas pequenas histórias/contos a explicar a importância de cada unidade assim como pequenas curiosidades. O objectivo é que em cinco momentos de contacto com o cliente essa história seja contada. Com isto Miguel Velez acredita que as Pousadas podem-se transformar numa espécie de embaixadoras da região onde estão inseridas. E uma das formas de o fazer é ter um maior contacto com os artistas locais. E tornar as lojas numa montra do que de melhor se faz em Portugal. O caso da filigrana é disso exemplo, estando disponível em 27 das Pousadas.
E, para aproveitar (e potenciar) o efeito de rede serão criados roteiros que incentivem a visita a mais do que uma unidade. Com a possibilidade de aproveitar outras actividades da região. “Porque não ir surfar em Sagres?”, pergunta Miguel Velez.
A primeira fase do plano de acção começou ontem e segue até ao final do próximo ano. Contempla uma fase de promoção e divulgação do mesmo, cujo investimento rondará os 400 a 500 mil euros; a abertura da Pousada de Lisboa, prevista para Junho de 2015 e que representa um investimento de 9 milhões de euros; e a renovação e abertura de novas facilidades nas Pousadas existentes. Dos 4 milhões de euros alocadas a esta renovação cerca de 2,5 milhões, conforme referiu Castelão Costa, presidente das Pousadas de Portugal, serão distribuídas pelas unidades do Alentejo.
Com este plano as Pousadas têm um objectivo ambicioso. O de duplicar, até 2018, os resultados operacionais para 6 milhões de euros.
Novo filme apela às emoções
Na promoção da nova estratégia as Pousadas de Portugal “usaram” os colaboradores e seus familiares como protagonistas do vídeo de promoção. Uma aposta que passa essencialmente pelos canais digitais e que tem como objectivo alcançar os mercados externos. Onde a parceria feita com a Casa Real Portuguesa funciona como selo de garantia.
Alexandra Costa – 19Novembro2014@Opção Turismo
Artigo publicado, a 19 de Novembro, no Opção Turismo.