Terça-feira, Fevereiro 18, 2025
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Pão à mesa? Com certeza. No Príncipe Real, em Lisboa

O chef António Amorim assina uma ementa que homenageia a gastronomia portuguesa no seu todo e o pão em particular.

pao_mesaO pão é algo que não pode faltar a uma mesa que se diga portuguesa. É algo inerente à gastronomia nacional. Seja ao pequeno-almoço, ao almoço ou ao jantar.

Seja a que local formos, uma tasquinha ou um restaurante “mais fino”, há sempre o couvert (forma elegante de dizer “fatias de pão com manteiga ou patés”). Por isso, não é de admirar que tenha surgido um restaurante a homenagear o pão, onde este é o elemento principal da carta e até tem direito a dar o nome ao espaço. Falamos do Pão à Mesa com Certeza – Confraria & Bistro, que está localizado no Príncipe Real, em Lisboa. Um espaço acolhedor onde a cultura portuguesa está bem presente, na decoração e na ementa.

Pão à mesa

Mas vamos ao que interessa: a comida. Este é um local onde se pode ir para comer uns petiscos ou fazer uma refeição completa. É “à escolha do freguês”. Porque há pratos (e bons) para todos os gostos. E tudo começa nos couverts. Não acredita? Experimente a manteiga de chouriço ou a de tinta de polvo preto. Não vai querer outra coisa.

Para quem não conhece o restaurante e tem tempo (e estômago) para isso, o melhor é pedir uma espécie de menu de degustação ou levar uns amigos e pedir vários pratos para se provar um pouco de tudo.

Pão à mesa

No caso das entradas (ou dos petiscos), a grande surpresa foi, claramente, o pão saloio com beringela e alho francês. O que parecia ser uma combinação improvável acabou por ser um dos pratos pre- feridos, onde ninguém resistiu a desfazer o pão e a tirar os pedaços crocantes.

Numa ementa que homenageia a boa gastronomia portuguesa, é claro que os enchidos não poderiam faltar, assim como o mexilhão (da Nova Zelândia) com uma base de bolhão pato e com um picadinho de maçã, cebola e alho francês. Um prato que surpreendeu pelo contraste de texturas e sabores, no qual a frescura do mexilhão, juntamente com o seu sabor a mar, é salientada pelo ácido da cebola e atenuado pela doçura da maçã. E onde nunca há mexilhões que cheguem, porque se quer sempre mais um.

Pão à mesa

Mas basta de petiscos. É tempo de avançar para o peixe. Imaginem a seguinte combinação: lulas grelhadas com quinoas e legumes. Se nunca provaram… têm mesmo de ir ao Pão à Mesa com Certeza – Confraria & Bistro para experimentar. É, com certeza, um dos melhores pratos da carta do restaurante.

Título que pode apenas ser também revalidado pela açorda de ovas e bacalhau com bacalhau lascado e crosta de sapateira. Este é mais um dos pratos servidos no interior de um pão de Rio Maior. E onde não só o pecado da gula teima em estar presente como é impossível não resistir em desfazer o pão, aproveitando as partes tostadas (e crocantes).

Pão à mesa

Mas isto não significa que, na ementa, não haja (bons) pratos de carne. Pelo contrário. Numa alusão à gastronomia madeirense, há as espetadas com batata doce, pão torrado e manteigas de ervas. Para os verdadeiros apreciadores, a sugestão é simples: abdique da manteiga e saboreie a maciez da carne. Em alternativa, opte pela versão pica-pau do chef António Amorim, com pimento padrón, carne de novilho e milho grelhado. Servido, mais uma vez, no pão de Rio Maior.

Sejam quais forem os pratos escolhidos, esteja ou não com o estômago aconchegado, deixe sempre um espaço para a sobremesa, pois o bolo de mousse de chocolate é simplesmente imperdível. Servido com morangos e folhas de hortelã, é absolutamente divinal, seja para apreciadores de chocolate ou para os menos aficionados. De tal forma que, provavelmente, pedirá para repetir. Ou, pelo menos, terá essa tentação.

Pão à Mesa com Certeza – Confraria & Bistro
Rua D. Pedro V, 44
Príncipe Real – Lisboa
Horário: 12h – 01h

Alexandra Costa/OJE

Alexandra Costa

Jornalista desde 1996. Adoro viajar, conhecer novas culturas, experimentar gastronomias. Sou viciada em livros e nunca digo que não a uma boa conversa e amo a minha Luna. Defendo que mais vale poucos (e muito bons) amigos do que milhentos conhecidos. E prefiro ver o “copo meio cheio” em detrimento do “copo meio vazio”.

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