Terça-feira, Fevereiro 18, 2025
Devaneios

Dicas para uma melhor relação Assessores/Jornalistas

O desafio foi lançado. E aceite. Aqui ficam algumas sugestões, práticas, para que haja um melhor relacionamento entre estas duas profissões.

Em reacção ao post anterior recebi um comentário que transcrevo:

“Sabes aquela frase da Mafaldinha, do Quino, que diz “isso está tão certo, tão certo, que não serve de nada”? Quero com isto dizer que o texto está bem escrito, cheio de factos incontestáveis, mas que não oferece na realidade nenhuma pista ou sugestão para um melhor equilíbrio de relações entre ambas as partes. Eu, que já estive dos dois lados do balcão, quis ir para a comunicação porque estava farta de receber comunicados mal escritos  mas mal sabia o que me esperava…”

Considerei isso como um desafio. Mesmo porque, por várias vezes, tenho “atirado para o ar” algumas sugestões de melhoramento.

Aqui fica a minha lista.

Assessores:

  • Por mais que o cliente considere que tudo é notícia façam-no ver a realidade. É difícil, eu sei. E ninguém quer por em causa clientes, tanto mais nos dias que correm. Mas a longo prazo creio que é melhor. Mesmo porque, se for bem explicado, isso demonstra profissionalismo e faz com que o cliente tenha mais confiança na agência. Penso eu de que….
  • Sugiram e voltem a sugerir sessões de media training. Há executivos que não sabem como falar com a comunicação social. Dizem o que não devem, não se preparam para a entrevista, inventam…. Isso é mau. E depois reclamam com o que é publicado.
  • Da mesma forma, quando o entrevistado é questionado sobre determinado tema e não sabe ou não pode dizer.. é referir isso. Não posso dizer. Não sei, vou tentar saber e depois transmito-lhe a informação. É muito melhor do que engonhar, inventar e depois… sai porcaria.
  • Não vale a pena fazer mil e uma sugestões de artigos e enviar mil e um press releases. Iguais para todos. A adaptação dos temas aos órgãos de comunicação dá trabalho mas também dá mais resultados. Uma revista que escreva sobre produto não vai querer o mesmo tema de um jornal económico. Pelo menos não a mesma perspectiva. E, quando é o assessor a vender o tema tem de ser este a fazer este trabalho de casa. Propor a perspectiva A para o meio 1 e a perspectiva B para o meio 2.
  • Ligar para o jornalista sempre que se envia um press release a saber se recebeu, se vai publicar, onde e quando… é uma má, péssima estratégia. O equivalente a dar um tiro no pé. Não o façam.
  • Não prometam o que não podem cumprir. “ah, é um exclusivo”…. Isso não existe. Pelo menos já não.
  • Por favor cumpram os prazos. Os jornais e as revistas (e até os online) têm prazos a cumprir. Para irem para a gráfica… a não entrega da informação solicitada é o equivalente a ter espaço em branco e a uma grande dor de cabeça porque, à última da hora, é necessário arranjar algo para colmatar essa falha.
  • E muito MUITO importante. Imagens. Enviem imagens com os press releases. Hoje em dia a imagem é mais importante do que nunca. Sempre que se recebe um comunicado sem imagem  há todo um processo de pedir imagem, esperar que chegue (quando chega)… muitas vezes as notícias perdem actualidade e não são publicadas porque a informação chega aos jornalistas incompleta.
  • Ainda sobre a imagem. Vale mesmo a pena o investir numa sessão fotográfica com um fotógrafo profissional. Para os executivos que “dão a cara” pela empresa. São fotografias disponíveis que podem ser usadas para mil e uma coisas. E assim deixa de ser publicada com a entrevista X a fotografia tipo passe horrorosa.

Jornalistas:

  • Perceber que por vezes os assessores estão entre a espada e a parede.
  • O atraso da informação solicitada nem sempre é culpa dos assessores.
  • Sejam honestos com os assessores. Se o tema/comunicado proposto não interessa digam. Assim o assessor vai tentar outro meio e não fica “pendurado”

 

 

Alexandra Costa

Jornalista desde 1996. Adoro viajar, conhecer novas culturas, experimentar gastronomias. Sou viciada em livros e nunca digo que não a uma boa conversa e amo a minha Luna. Defendo que mais vale poucos (e muito bons) amigos do que milhentos conhecidos. E prefiro ver o “copo meio cheio” em detrimento do “copo meio vazio”.

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