Terça-feira, Novembro 5, 2024
Notas Soltas

O direito à greve versus a direito a ir trabalhar

Filas intermináveis. De pessoas (à espera do autocarro) e de carros (no trânsito). Este é o cenário que domina Lisboa. A causa? A greve do metro.
Ah… mas todos têm direito à greve. É algo que está assegurado na Constituição. Ok. Mas será que vale a pena fazer uma greve que prejudica mais a população geral do que a empresa em causa? Principalmente porque os utentes (sabem… as pessoas que compram os bilhetes, pagam os passes… sei lá, que contribuem para o pagamento dos salários dos funcionários que estão em greve) desconhecem o motivo da greve.
Há uma boa razão? Ninguém sabe. Se há o certo é que a mensagem não está a passar. Se não há… o caso é bem mais grave.
Todos os dias milhares (ou milhões, não tenho a certeza do número exacto) de pessoas utilizam os transportes públicos para ir trabalhar. Em Lisboa ou em qualquer outra cidade de Portugal. Embora hoje o caso seja em Lisboa. Pessoas essas que necessitam do seu salário para sobreviver. E cujos patrões podem não ser solidários com os atrasos consequentes das greves.
Melhor ainda. Tem sido recorrente a realização das greves depois de os passes já estarem comprados. Porque não antes? Porque não adoptar outra linha de protesto? Porque o impedir as pessoas de irem trabalhar? Também têm esse direito.
Porque é que hoje em dia há cada vez mais a política do “umbigo”? O privilegiar o MEU direito face aos dos outros? O que a pessoas tendem a esquecer é que o MEU direito acaba quando interfere com o direito dos outros. Isso também acontece com as greves? Bem… depende da opinião e perspectiva de cada um.
Na minha opinião sim. Assim como penso que há muitas pessoas que, por terem empregos ainda considerados seguros, não fazem a mínima ideia de como é a realidade. A verdadeira realidade. Mas é só uma opinião.

 

Alexandra Costa

Jornalista desde 1996. Adoro viajar, conhecer novas culturas, experimentar gastronomias. Sou viciada em livros e nunca digo que não a uma boa conversa e amo a minha Luna. Defendo que mais vale poucos (e muito bons) amigos do que milhentos conhecidos. E prefiro ver o “copo meio cheio” em detrimento do “copo meio vazio”.

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