Teatro no Hospital Júlio de Matos. E morreram felizes para sempre
Um espetáculo imersivo. 100 minutos. No silêncio da noite, os visitantes são convidados a seguir as personagens e a explorar o Hospital Júlio de Matos.
Uma experiência diferente, imersiva, que já conquistou os lisboetas e não só. A prova está no facto de a companhia ter criado uma segunda temporada que se prlonga até 14 de novembro.
O esquema é simples: há que chegar com 15 minutos de antecedência e planear muito bem a rota pelos dois andares da instituição. Depois? Depois é eleger uma personagem, segui-la e, caso seja solicitado, participar no espetáculo.
A história pretende ser uma versão moderna da tragédia amorosa de D. Pedro I e Inês de Castro, aliada a um feito – a invenção da leucotomia, de Egas Moniz e vencedor do Nobel da Medicina em 1949.
Este é um espetáculo diferente. Pelo espaço, pela dinâmica (em que os visitantes seguem as personagens) e pelo guião. Na verdade, as personagens não falam. Toda a história é contada através da expressão corporal.
E a história é simples (ou pelo menos aparentemente). No ano de 1949, o Dr. M, diretor do hospital, ganha um Prémio Internacional. Na festa em sua homenagem, o médico residente, Pedro, que vem acompanhado pela sua mulher, Constança, fica hipnotizado por Inês, uma enfermeira espanhola recém-chegada. A pedido de Constança, o Dr. M separa o casalinho e transfere Inês. Quando descobre a situação, Pedro resgata-a e dá-se o contacto sexual. Em reação, o Dr. M. solicita a ajuda do enfermeiro Coelho para que este resolva a situação. Interpretando erradamente a ordem dada pelo médico, o enfermeiro lobotomiza Inês.
Depois de confrontar o Dr. M., Pedro inicia a sua vingança e humilha e executa, em púbico, o enfermeiro Coelho. Tudo isto sempre com uma música de fundo: um violinista que percorre os corredores, mas que nunca ninguém vê.
E morreram felizes para sempre
www.emorreramfelizesparasempre.com
Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa – Hospital Júlio de Matos – Pavilhão 30
Avenida Brasil, 53
21h30 • Bilhetes: entre 35 e 60 euros
Nota: O espetáculo é para maiores de 18. Há cenas de nudez, simulação de violência e consumo de álcool. Não há elevador ou rampas de acesso para pessoas com mobilidade reduzida. Recomenda-se o uso de sapatos confortáveis e uma boa dose
de curiosidade e espírito de aventura.
Por Alexandra Costa/OJE